Rio: mercado teste de micro cervejarias artesanais

No mercado das cervejas especiais, o Rio de Janeiro também confirma sua vocação histórica de lançar moda, ditar tendências e estar sempre na vanguarda.

Foi no Rio, por exemplo, que nasceu o movimento de cervejeiros caseiros que está conquistando cada vez mais adeptos em diversos estados. A cerveja artesanal que até hoje é a porta de entrada de muitas pessoas para o universo das cervejas especiais 100% puro malte em vários estados brasileiros foi criada no Rio para a rede de bares carioca Devassa. Também foi no Rio que se estabeleceu a primeira importadora brasileira dedicada especificamente à cerveja, que apresentou a escola belga para paladares ávidos a novas experiências gastronômicas.

Mas o carioca, diferente de gaúchos, catarinenses, paulistas, mineiros e paranaenses, que fizeram a cerveja especial avançar comercialmente de forma galopante, parece não ter muito apego por suas conquistas e divide seu aprendizado democraticamente. Resultado disso é que todos os estados do sul e sudeste, com exceção do Rio de Janeiro e do Espírito Santo, produziram marcas de cervejas especiais que ganharam expressão nacional, abriram mercado em outros estados e estão faturando prêmios internacionais.

No entanto, recentemente, o Rio de Janeiro está vivendo uma pequena revolução dentro do cenário das cervejas especiais com a abertura de um bar que serve nove tipos diferentes de chope.

Ao contrário da maioria dos bares de cervejas especiais, que não deixam entrar cervejas que utilizam química e cereais não maltados para baratear custos de produção, o Boteco Colarinho serve chope Brahma em 1 torneira e 8 tipos de chopes 100% puro malte nas demais torneiras.

Essa equação, aliada ao fato do Rio de Janeiro não produzir marcas de cervejas especiais de alcance nacional, está fazendo do estabelecimento um balão de ensaio, onde micro cervejarias estão disputando copo a copo a preferência do consumidor em território neutro.

No Colarinho, que dá ênfase às marcas de chope nacionais (apenas uma torneira de vez em quando serve o holandês La Trappe), o carioca está descobrindo marcas que são consagradas em seus estados, sem nenhuma influência bairrista na escolha. É por isso que o Colarinho está sendo visto com muito carinho pelos produtores de cervejas especiais brasileiras, que fazem dele um test drive de suas criações.

Há duas semanas, foi palco do pré-lançamento da cerveja gaúcha DaDo Bier Double Chocolate Stout, que utiliza chocolate Kopenhagen em sua receita, e receberá em primeira mão nesta terça-feira, 15 de março, a inédita Falkebier American IPA, com a presença do dono da cervejaria, o mestre cervejeiro e sommelier de cervejas Marco Falcone, de Minas Gerais.

Na qualidade de carioca, nascido, criado e morador da cidade maravilhosa, só tenho que agradecer. Claro, com um copo de chope nacional na mão e um brinde. Pão e cerveja para todos!

Comentários

  1. O Rio de Janeiro vem melhorando a qualidade de suas cervejas consumidas, agora não tem só aquele "choppinho brahma aguado".
    Estive no Rio no Carnaval 2011 e visitei o Delirium Café e o Lapa Café, dois maravilhosos representantes da nova cultura cervejeira carioca. Saudações cervejeiras, Tarcísio Rezende.

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